PROCESSO PARA PRODUÇÃO DE MASSA PLÁSTICA


Toda a adição de produtos na resina para transformá-la em massa plástica, impreterivelmente estará modificando as características desta resina.

Na adição de cargas minerais, tais como, calcita, talco, dolomita, qoel( micro esfera de vidro) etc, primeiramente temos que identificar o teor de umidade abaixo de 1%, pois caso contrario poderá ocasionar esbranquiçamento e problemas de cura da massa. Sabemos também que a carga diminui o tempo de reatividade da massa.

Na adição de monômero de estireno, temos que conhecer o teor de inibidor de polimerização, seja TBC ou outro qualquer, sendo que tais aditivos prolongam o tempo de cura, inibe a reatividade da resina e posteriormente da massa plástica.

Ao adicionar aceleradores de cura, como Cobalto 6%, aumentamos a reatividade da massa, porém diminuímos seu tempo de vida útil.

É necessário saber sempre a procedência do material utilizado, adição em quantidades corretas, para que a massa seja de fácil manuseio, bom tempo de trabalho, boa lixabilidade e bom tempo de vida útil.

No caso do catalisador, é necessário conhecer o teor de oxigênio ativo e teor de agua residual. As quantidades de catalisador também interferem no produto final, como, o excesso pode causar endurecimento rápido da massa e trincas; a falta ocasiona cura lenta alta pegajosidade.

Para recebimento da resina sugerimos a seguinte mistura:

100 gramas de resina a 25 0C + 32 gotas de catalisador = 1 grama 1%.
Se a qualidade dos produtos estiverem de acordo, obteremos
Gel time de 5’00" a 6’30" / com intervalo de reação máximo de 7’40".

A seguir descreveremos alguma características dos produtos auxiliares usados na fabricação de massa plástica.

Cargas Minerais
O talco industrial é o mineral mais recomendado, pois apresenta baixa dureza Mohs (fácil de lixar) além do que deve apresentar de baixos índices de óxidos metálicos, tais como óxido de alumínio e óxido de ferro (agentes de endurecimento para a massa).

A composição química aproximada de um talco recomendado para massa plástica é:
MgO 31 %
SiO2 55 %
Al2O3 menor que 2%
Fe2O3 menor que 2 %

Teoricamente as cargas minerais são consideradas inertes, mas existem algumas características que devem ser salientadas, como:

- Peso Especifico : sabemos que quanto maior for a diferença entre os pesos específicos da carga e da resina, maior será a tendência de separação, principalmente se a carga possuir partículas grossas. O talco industrial indicado para massa plástica possui peso especifico de 2,75 g/cc.
- Granulometria: A faixa recomendável é de 200 a 325 mesh. Abaixo de 200 mesh, perde o acabamento e aumenta a sedimentação. Acima de 325 mesh, aumenta o consumo de resina. O talco industrial pode ser encontrado na faixa recomendada.
- Umidade : De preferência menos que 0,5%. Umidade em excesso provoca inibição na velocidade de secagem ( cura ) da massa quando catalisada e também evidencia o aparecimento de bolhas. Lembramos que essa umidade pode também ser proveniente do catalisador.
- Absorção de Óleo : esta característica nos mostra comparativamente o teor de carga que poderá ser incorporado a resina para se obter uma consistência padrão. Quanto maior o índice de absorção de óleo, maior é o teor de resina que será adicionado para manter a viscosidade padrão. Ideal índices entre 18 e 25.
O teor de talco industrial numa formulação de massa plástica pode variar de 58 a 62%.

Pigmentos
O dióxido de titânio é considerado uma carga inerte que tem por finalidade dar brancura a massa. Não se tem definido o teor exato deste material sobre a massa, visto que a coloração do talco varia entre fornecedores.

Catalisador
A quantidade de catalisador é fundamental para o comportamento da massa durante a cura. O catalisador usado para massa comum é o MEKP e para a chamada massa de poliester é o PBO. A recomendação é utilizar 1cc de MEKP para cada 100 g de resina pura e 2,0 g de PBO para 100 g de resina pura na massa de poliester em temperaturas de 25 0C.
O oxigênio ativo e a umidade no MEKP devem ser controlados períodicamente. O oxigênio ativo deve ficar na faixa de 8,9 a 9,1%( informado pelo fabricante) e a umidade abaixo de 2%. Usando materiais nestas caracteristicas, o fabricante obterá resultados muito próximo dos obtidos em laboratório.

Monômero de Estireno

O uso de estireno não é aconselhável, visto que a resina é fornecida dentro de uma faixa de viscosidade ideal para proporcionar a adição de carga mineral. A adição de estireno, pode provocar a rápida separação entre a resina e carga, com possivel formação de polímeros (cristais brancos) na tampa da embalagem. Este fenômeno ocorre quando as condições de armazenagem foram inadequadas (sujeitas ao calor).

Um teste rápido para detectar polímeros no estireno, consiste em colocar num tubo de vidro, 2,0 cc de estireno e 10 cc de metanol; agite por alguns segundos e após repouso verifique se visualmente se:

- límpido com metanol puro indica que não há polímeros, ou seja, bom para o uso.
- turvação visível indica que há polímeros.
- branco leitoso indica maior concentração de polímeros = 0,1%.
- branco leitoso com formação de precipitado branco indica alta concentração de polimeros = 1%

O Estireno a partir dessa condição comprometerá sensivelmente a vida util da massa.

Aditivos
Para melhorar o rendimento da massa podem ser utilizados alguns aditivos como:
- Silica pirolizada( Wacker HDK ou aerosil ) 1% na formula para dar tixotropia.
- BYK – A555, 0,7% na formula, age como desaerante melhorando a superficie.
- BYK – W966, 0,7% na formula para melhorar umectação aumentando em 10% o teor de cargas.
- Oleo vegetal hidrogenado( oleo de mamona em pó) 0,5% na formula melhora tixotropia e espalhamento.

Estabilidade
O teste de vida util (shelf life) nos mostra quanto tempo a massa poderá ficar em estoque sem perder as caracteristicas originais de fabricação. O teste consiste em colocar no minimo 2 latas hermeticamente fechadas com massa em uma estufa com controle de temperatura, a saber:
temperatura da estufa : 60 0C
tempo de horas: 168 horas = 7 dias minimo.

A massa permanacendo este tempo sem sofrer alteração, indicará ao fabricante que a massa poderá ficar no estoque por 3 meses a 250C.

Massa Travertino

O fabricante poderá seguir as recomendações anteriores, mas observando que a carga minerall terá que ser obrigatóriamente branca, pois nesse tipo de massa são adicionados pigmentos para reproduzir o efeito do marmore natural.

Massa Leve (Light)

Nesta massa ocorre a substituição de 5 a 6% de talco, por micro esfera de vidro ocas "Q-CEL 6019S". A mistura destas esferas deve ser feita com baixa velocidade par evitar as quebras. Oferece como vantagem: facilidade de aplicação; facilidade no lixamento, mesmo com a massa curada: substancial economia de lixas (até 70%) e melhoria na qualidade do produto final.

Fatores que interferem na cura

A temperatura ambiente, a qualidade e o teor de catalisador são fatores determinantes para a velocidade da cura da massa.

Temperaturas abaixo de 15 0C torna dificil a cura da resina e o uso de acelerador ( cobalto) se faz necessário.

Temperaturas acima de 35 0C deve-se tomer cuidado com a quantidade de catalisador, pois quantidades baixas geram subcura da resina que afetam as propriedades mecanicas.

A velocidade de cura esta ligado com o oxigênio ativo e teor de agua do catalisador.